[RESENHA] Stanley Kubrick: gênio, indomável e visionário?


Preciso falar sobre Stanley Kubrick. Não é de hoje que suas obras me despertam uma curiosidade enorme a respeito da 7ª arte, e digo mais, causam até mesmo vontade de dirigir um filme. Aquela arte de criar os personagens, calcular os atos, motivações, pensar no cenário, inserir o elemento fantástico e até pensar em reviravoltas. O nosso imaginário é alimentado por todo tipo de atividade, desde a mais simples das artes como um desenho, até um passeio de bicicleta pela vizinhança. Já um filme de Stanley Kubrick, agora já não falamos de uma simples arte, é algo difícil de se colocar em palavras.
Stanley começou na arte da fotografia quando ainda jovem. 



O garoto Kubrick era considerado inteligente mesmo sem ter o devido interesse na escola, consequentemente obtendo frequentes notas baixas. Como presente de seu pai, Jacob Kubrick, ganhou uma máquina de fotografar e de degrau em degrau tomou gosto pela atividade. Anos depois, virou profissão. E não demorou muito para que as influências de Stanley o levassem para um nível, digamos, galáctico. Trabalhando para a revista Look, Stanley começou a pensar já no seu primeiro filme que veio a ser um documentário chamado O Dia da Luta, cuja obra conta a história de um lutador de boxe. A partir daí, o mar do cinema já havia tornado Stanley Kubrick um de seus mais célebres visitantes.

O que me fez gostar de Stanley Kubrick?


Isso eu me pergunto toda vez que penso nos filmes do diretor. Já assisti a uma parte significativa de suas obras, mas nunca fico satisfeito com apenas uma olhada em seus longas, pois Kubrick utilizava muitas ferramentas que denotava uma tal estranheza em seus filmes e que elas próprias já teriam sofrido alguma metamorfose numa segunda assistida. Lembro de ter visto o início de Nascido Para Matar (Full Metal Jacket, 1987) e achei aquilo tudo muito diferente de tudo o que eu já havia assistido. E este sentimento tornou a se repetir, e de novo, e de novo. Concluí, então, que tudo de Stanley Kubrick seria diferente e que eu nada poderia fazer, a não ser me adaptar.

Laranja Mecânica (1971), uma de suas adaptações mais memoráveis


É difícil acostumar os olhos ao bizarro criado por Kubrick, não é comum assistir cenas de nudez explícita em um filme dos anos 70, ou então um suicídio tenebroso de um recruta do exército prestes a ir para o Vietnã. Ainda tem o fantástico Dr. Fantástico que trata – veja bem – de um conflito nuclear entre Estados Unidos e União Soviética, com direito a bomba de hidrogênio em solo russo e um empurra-empurra na sala de guerra americana (com a chefia presente e tudo mais).

Dr. Fantástico (1964)

O que me fez gostar de Stanley Kubrick? A sua “estranheza” natural, oras! Nenhum filme dele é igual a nada do que você jamais assistiu, cada obra sua é um espetáculo diferente onde o diretor teve a capacidade de tornar cada uma dela em única. E isso, em meio a uma biblioteca gigantesca de filmes, é de se admirar – e não é pouco!


Abraços,

Kike