[CRÍTICA] A Lei da Noite: Um desengano em longa-metragem



Vamos combinar: este não é um triangulo amoroso com a expectativa, seria muito injusto analisar e julgar um filme a partir de um sentimento particular. O famoso “eu esperava mais dele” é um papo muito cretino e hei de evitá-lo neste texto. Contudo demonstro a partir de convenções de gênero e suas características cinematográficas como este filme suprimiu sua própria grandiosidade. Uma implosão causada talvez pelo frenesi? Agora fui palpiteiro, mas garanto uma breve corroboração.



A Lei da Noite (Live By Night, 2016) é um filme dos gêneros ação e crime, lançado em 2016 e tendo Ben Affleck como diretor, roteirista e ator. O longa-metragem é uma adaptação do livro Live By Night de Dennis Lehane, publicado em 2012. A literatura americana fornece muitas publicações que se transformam em filmes, mas nem sempre são bem executadas. Neste caso, a pressa foi inimiga da perfeição. No elenco ainda temos Brendan Gleeson, Chris Cooper, Zoe Saldana e Clark Gregg. A história se desenvolve em Boston, nos Estados Unidos, trazendo Ben Affleck como Joe Coughlin, um mafioso descendente de irlandeses que compete com a máfia italiana, do chefe Maso Pescatore. Coughlin se envolve num triangulo amoroso com a mulher do chefão Albert White. A história acaba sendo descoberta e as coisas desandam em níveis pitorescos, a partir daí a temática ganha suas camadas de narrativa e é neste aspecto em conjunto de suas convenções de gênero que a obra se perde, ou pior, acaba se limitando.

O filme tece sua narrativa com linhas obscuras e linhas históricas, nos apresentando um caminho com base sólida em que cada personagem se baseia. Primeira Guerra Mundial, drogas e prostituição, proibição das bebidas alcoólicas e a supremacia racial são os principais tópicos que conseguimos identificar no roteiro.

VEREDICTO

É um filme razoavelmente bom, pois digo que sou aficionado por filmes de máfia e crime, tendo famílias em disputa por territórios, contrabando, tiroteio e intrigas. Infelizmente alguns recursos na obra foram utilizados de forma fragilmente expressiva e que pouco acrescentou no anseio por ver mais e mais das cenas. O voice over, recurso comum em filmes noir, foi utilizado em várias montagens ao longo de suas 2 horas de duração , sendo que poderiam ter sido desenvolvidas a fim de nos entregar um filme épico no mesmo naipe de Poderoso Chefão. Em outras palavras, vários conflitos no filme foram resolvidos de uma maneira um tanto preguiçosa, e destoa de todo o embasamento criado ao longo das cenas, somente para resolverem com alguns takes curtos e narração entediante. Nota 6 de 10.

Abraços,

Kike