Olá, caros leitores! Com um pouquinho de atraso faço minha
publicação de Halloween. Em tempos festivos é comum repetirmos um filme que
está ambientado na mesma época em que estamos comemorando, não é mesmo? E dia 31 foi Halloween, então resolvi trazer uma resenha - não exatamente uma crítica -
sobre o filme cult mais amado da internet: Donnie Darko. Sim, este!
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| Donnie Darko é um genuíno filme de horror |
Em 2001 o jovem Richard Kelly dirigia Donnie Darko, sendo este seu primeiro longa-metragem. Em entrevista ao MakingOf, um canal no YouTube, Kelly contou sua experiência dirigindo um filme logo aos 20 e poucos anos de idade. "Não acho que alguém deveria dirigir um filme antes dos 30" diz, "acredito que tive muita sorte e não ferrei com nada que eu tinha em mãos". Claro que o talento não havia se desenvolvido logo de cara com um longa-metragem, o diretor teve a experiência de dirigir dois curtas antes de Donnie Darko. "Eu levei 1 mês e meio para finalizar o roteiro de Donnie Darko, e o entreguei a Sean McKittrick, meu parceiro e produtor do filme", então Sean foi em busca de parceiros para o projeto, e cerca de uma semana depois, Kelly recebeu ligações do CAA (Creative Artists Agency), que é uma agência de talentos norte-americana, situada atualmente em Los Angeles-CA. Assim, Donnie Darko deixava de ser um projeto embrionário e começava a ganhar forma.
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| 'Por que veste esta fantasia estúpida de homem?' |
ENREDO
O enredo de Donnie Darko é fascinante. A começar pela
sinopse, presente no DVD:
"Quem vê Donnie Darko logo imagina se tratar de um adolescente desajustado. Na verdade, Donnie está à beira da loucura, devido a visões constantes de um coelho monstruoso, que tenta mantê-lo sob a sua sinistra influência. Incitado pela aparição, Donnie tem atuação antissocial, enquanto se submete à terapia, sobrevive das extravagâncias da vida e do romance no colégio e, por acaso, escapa a uma estranha morte devido à queda [da turbina] de um avião. Donnie luta contra os seus demônios, literal e figurativamente, numa intriga de histórias entrelaçadas que jogam com as viagens no tempo, gurus fundamentalistas, predestinação e os desígnios do universo."
Pois é, e o filme começa justamente da maneira mais estranha
possível, com Donnie acordando no meio da rua - vítima de sonambulismo, talvez?
Ele volta para casa, no dia seguinte o evento se repete e pior: ao retornar para casa ele se depara com uma turbina de avião que caiu bem em cima de seu
quarto, deixando sua família angustiada aquele tempo todo. Em seu braço esquerdo havia ainda
um rabisco que diz "28 dias, 6 horas, 42 minutos e 12 segundos", o
tal coelho gigante disse à Donnie que é quando o mundo acabará. Bizarro!
O QUE O FILME TEM DE BOM?
O filme se passa em 1988 e conta a história de um garoto no
colegial. Isso significa que é um filme jovem, mesmo com sua temática complexa.
O tempo todo somos surpreendidos com ótimas canções dos anos 80 como "The
Killing Moon" de Echo & The Bunnymen, "Head Over Heels" de
Tears For Fears e "Love Will Tear us Apart" de Joy Division. Como
mencionado no título um momento importante no filme se passa durante o
Halloween, época em que as pessoas se reúnem em casa, convidam os amigos para
beber cerveja e ouvir música, enquanto as crianças saem para pedir doces.
O filme também tece sua narrativa com críticas sociais e
desconstrução de figuras clichês, tudo isso dosando misticismo para que a obra
ganhe corpo e fôlego para prender nossa atenção. As personagens de Swayze, Beth
Grant, Drew Barrymore, Noah Wyle e outros, contribuem desenrolando o carpete
para que Donnie trace seu caminho sem ser de uma maneira dura e estúpida, mas
com dualidades e muitas propostas de reflexão. Por fim o filme ainda traz
tópicos de física como viagem no tempo e universo paralelo, questiona as
divindades e colocam em xeque os gurus espirituais bonitões - e, neste caso,
ainda ordinários.
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| A personagem de Barrymore, profª Karen Pomeroy, é uma "manipulada viva" e auxilia Donnie na sua caminhada |
Farei ainda uma próxima publicação trazendo as teorias que
cercam o filme, que tal? Esta eu encerro por aqui.
Abraços,
Kike