Resident Evil de George Romero: flop ou ode ao horror?


Olá, amigos do Estante! Hoje resolvi desdobrar a última publicação, onde inicialmente eu comentei brevemente sobre o Resident Evil de George A. Romero e seu roteiro – que nunca chegou a ser aprovado. Na publicação eu coloquei um link para quem deseja realizar a leitura do roteiro na íntegra. Hoje vim comentar tópico a tópico que separei do roteiro, mostrando detalhes específicos do filme e também fazendo uma análise em cima do que li. Talvez possamos quebrar a mística de que seria um filme muito melhor do que vimos, ou então corroborar com tal afirmativa. Quem sabe, afinal de contas, como realmente o filme seria?

Eu separei a publicação em dois subtítulos: semelhanças e diferenças, e, logo após, alguns comentários pessoais a respeito do que li. Pretendo fazer um apanhado do texto e pontuando os assuntos principais, tentando construir um vislumbre deste inalcançável filme.

Semelhanças

Toda equipe S.T.A.R.S estaria no filme – Tendo nomes como Kenneth Sullivan, Enrico Marini e Joseph Frost (personagens bem secundários, mas que teriam role desenvolvido no filme).

Resident Evil: O Hóspede Maldito (2002) mostrou zumbis, dobermanns e um licker – Sendo que George Romero ia aproveitar muito mais do panteão de criaturas do jogo como a Plant 42, os Hunters e até mesmo a Serpente Yawn. Tyrant daria o ar da graça também e seria tão intenso como no jogo original.

Diferenças

Chris Redfield não seria policial do S.T.A.R.S – Esta diferença seria a de maior balbúrdia. Embora Chris tenha um passado militar no filme, ele seria o protagonista mesmo não sendo parte da famosa elite policial de Raccoon City.

Jill Valentine seria affair de Chris - Embora ela seja a policial que se vê envolvida no caso, Chris também acaba se envolvendo e assume o protagonismo no filme, deixando a heroína de sidekick.

Barry Burton e Albert Wesker seriam amigos de infância - Assim como ambos também morreriam no filme (embora haja finais alternativos no game em que isso ocorre, mas não são oficiais no cânone da saga).

Outros papéis reescritos são os de Enrico Marini e Brad Vickers – Sendo Enrico apenas um membro do S.T.A.R.S. no filme (no jogo ele é líder da Equipe Bravo) e Brad um especialista em computação (ao invés de piloto de helicóptero);

Equipe Alpha e Equipe Bravo operam juntas – No game, a Equipe Bravo chega primeiro à mansão e que, ao perder contato com a central, acabam recebendo como reforço a Equipe Alpha (com Wesker, Chris, Jill e Barry). No filme ambas equipes operam ao mesmo tempo, o que faria a história ficar muito mais corrida e superficial.

Mortes – Enrico Marini é  atacado por um zumbi, de surpresa (no game ele morre baleado, prestes a revelar uma tramoia); Brad Vickers também morre ao ser mordido por um zumbi; Forest Speyer é morto pelos Hunters (ao invés de ser bicado por corvos até sua morte); Kenneth Sullivan é morto pela Plant 42 (no jogo, ele morre para o 1º zumbi); Não só a mansão Spencer seria destruída, mas toda Raccoon City. Porém, haveria gancho para sequência.

Hunter – Os Hunters, inimigos bastante fortes no game, seriam grande incômodo no filme também, mas com participação mais enxugada. Eles ainda teriam uma estrutura metálica no cérebro, os protegendo de tiros, tornando seus pulsos, tornozelos e cotovelos os pontos frágeis de seus respectivos corpos. Além do mais, eles caminhariam também pelo teto, igual as criaturas no final do game que aparecem nos laboratórios.

Tyrant teria um aspecto um tanto diferente – Ao invés de tecido vivo, seu corpo, de 2,74cm de altura, teria estrutura metálica de aço. Mas sua morte seria como ocorreu no game.

Cobra Yawn e Tubarões Neptune – Sim, estes monstrengos também estariam no filme, mas em aparições bem distintas das que conhecemos.

Dr. John Marcus e Ada Wong aparecem no filme – Deixando de ser personagens mencionados em um arquivo de texto e se tornando importantes desde o final do filme.

Fora isso, o filme também teria diálogos bem pastelões, o que tornaria o filme um tanto duvidoso no aspecto que se diz ao roteiro. Alguns outros diálogos seriam expositivos, ou seja, são diálogos que expõem algo da trama - e que, consequentemente, talvez não tenha ficado claro no desenrolar do filme. Isso o torna tecnicamente inferior. Embora o filme que tenha sido lançado seja completamente diferente dos jogos, ele foi uma proposta que agradou a Capcom, que gostaria que a adaptação cinematográfica não fosse semelhante aos jogos. 
Milla Jovovich como protagonista Alice

Foi isto que o diretor George Romero fez, uma releitura do jogo, com mais horror do que ação, mas mantendo fidelidade com o universo que conhecíamos. Talvez não fosse tão bom quanto a gente imaginasse, pois ainda assim rolariam muitas diferenças na liberdade criativa que, sem dúvidas, tornariam o filme alvo de algumas reclamações.

Abraços,
Kike

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Referências