Especial 007 (Parte 1): Sean Connery, George Lazenby e o retorno após 12 anos

 Muito bem, meus queridos leitores! Estamos de volta para mais uma saga. Dessa vez farei algumas publicações sobre o agente britânico 007, pretendo abordar aqui principalmente os filmes já que os livros ainda não tive acesso. O sumário fica assim:

Parte 1: Sean Connery e George Lazenby

Parte 2: Roger Moore e Timothy Dalton

Parte 3: Pierce Brosnan e Daniel Craig

Parte 4: A vida de Ian Fleming, criador de James Bond

Dr. No / No Brasil: 007 Contra o Satânico Dr. No, é o primeiro filme do agente James Bond, dirigido por Terence Young e lançado em 1962 - Quatro anos após a publicação do livro de Ian Fleming. Ian foi um autor e ex-militar britânico - tendo atuado no setor de inteligência da Marinha Britânica.

Sinopse: após perder contato com informantes na Jamaica, o quartel MI6 envia o agente 007 para investigar o sumiço misterioso. Bond descobre os planos de um terrorista e precisa correr contra o tempo para impedi-lo.

O primeiro filme foi produzido com baixo orçamento, tendo palco das filmagens na Jamaica e no incrível Pinewood Studios - na Inglaterra. Ursula Andress foi a primeira bondgirl, dando vida à Honey Rider, uma caçadora de conchas cujo pai foi assassinado pelo vilão megalomaníaco Dr. Julius No.

Opinião: Este primeiro longa já dá as cartas do que viria a ser parte do indispensável nas histórias do agente britânico. Seja o vilão megalomaníaco com próteses nas mãos, ou pela instalação de alto investimento, onde o antagonista abriga laboratório, hospedagem e até mesmo um restaurante sofisticado, James Bond vai se meter em enrascadas toda vez. Já neste primeiro filme da franquia o agente britânico toma radiação em altas doses e enfrenta uma máquina blindada que cospe fogo. Sean Connery imortalizou o personagem de Ian Fleming.

From Russia With Love / No Brasil: Moscou Contra 007 (1963; dir. Terence Young)

Elenco: Sean Connery (Agente 007/James Bond), Daniela Bianchi (Tatiana Romanova), Robert Shaw (Red Grant), Lotte Lenya (Rosa Klebb);

Sinopse: A organização SPECTRE continua operando. Dessa vez eles estão em busca de um dispositivo decodificador, para isso enviam uma agente a fim de seduzir 007 e obter informações a respeito do dispositivo.

Opinião: Mesmo sendo apenas o segundo filme do 007, ele já quebrou vários elementos que, com o passar do tempo, veio a ser recorrente nos filmes do espião britânico. Moscou Contra 007 se diferencia muito dos outros títulos. Arrisco dizer fazer parte de um top 5 filmes do personagem. A trilha sonora é maravilhosa e foi aqui que enxergaram uma oportunidade de caracterizar o personagem - com uma linda abertura antes de cada filme.

007 Contra Goldfinger (Goldfinger, 1964; direção: Guy Hamilton)

Tema: Shirley Bassey

Elenco: Sean Connery (007/James Bond), Gert Frobe (Auric Goldfinger), Honor Blackman (Pussy Galore/bondgirl)

Sinopse: James Bond estava de férias em Miami, quando se envolve com um contrabandista de ouro chamado Goldfinger. Bond o faz perder uma partida de carteado e o terrorista assassina o affair do agente britânico, pintando a pele da moça com ouro. O MI6 entrega a James a missão de encerrar as atividades ilegais do bilionário.


Opinião: Aqui tivemos mais um filme em um bom padrão, contando com bons momentos de ação, vilão caricato e a volta da organização terrorista SPECTRE. Goldfinger pinta suas vítimas com ouro, fazendo com que elas morram de insuficiência respiratória, e seu capanga coreano arranca a cabeça das vítimas com seu chapéu com borda laminada - ele também não fala uma palavra, mas sorri para compensar a falta de diálogo. Aqui foi estabelecido o decreto: após o sucesso do antecessor, todo filme do 007 terá um tema musical.

Poster de 007 Contra a Chantagem Atômica
Wallpaper de 007 Contra a Chantagem Atômica

007 Contra a Chantagem Atômica (Thunderball, 1965; dir. Terence Young)

Elenco: Sean Connery, Claudine Auger, Adolfo Celi;

Sinopse: Um avião que levava mísseis nucleares é sequestrado. Obra dos terroristas da SPECTRE. A ameaça é de ataques nucleares ao redor do mundo, caso os políticos se recusem a pagar uma quantia milionária exigida pelos vilões. Resta James Bond descobrir o paradeiro das bombas e desarmá-las antes que tudo vá pelos ares.

Opinião: Minha lembrança era que se tratava de um ótimo filme. Porém, revisitando o longa, percebi que Terence Young optou por um filme diferente: ação polarizada, presentes no 1º e 3º ato. Embora haja falta de equilíbrio no roteiro, os momentos de ação foram muito bem desenvolvidos - destaco a fuga de James Bond por jetpack e a sequência submersa. Já o 2º ato - o mais longo dos filmes - foi recheado de momentos típicos vividos pelo agente secreto. Aparentemente Terence não soube lidar com a trama e foi substituído no filme seguinte.


Com 007 Só Se Vive Duas Vezes (You Only Live Twice, 1967; dir. Lewis Gilbert)

Tema: Nancy Sinatra

Sinopse: Dois satélites tripulados são sequestrados - um dos EUA, um da URSS. Em plena guerra fria, isso é ato de guerra, e os líderes de ambas nações estão a um passo da guerra nuclear. O MI6, quartel de inteligência britânica, tem uma teoria de que ambas as naves possam estar no Japão, e nem Estados Unidos e União Soviética seriam os responsáveis pelo sequestro dos satélites.

Opinião: Lewis Gilbert aproveitou muito bem a oportunidade que teve. Veio a dirigir outros dois filmes do espião britânico nos anos 70 - com Roger Moore no papel de 007. Este longa teve ação mais tímida, mas diluída ao longo dos 3 atos. Seu desenvolvimento teve também elementos nativos, já que o filme se passa boa parte no Japão, permitindo o roteiro se desenvolver com muita elegância.

O screenplay é belo e quero destacar um plano sequência que ocorre por volta dos 40 ou 50 minutos. É uma perseguição no topo de um prédio e o enquadramento é aberto, com vista aérea - capturada por helicóptero. Por último, mas não menos importante, o #1 da organização terrorista SPECTRE dá as caras pela primeira vez.

Subestimado, mas Lazenby deixa a desejar...

007 A Serviço Secreto de Sua Majestade (On Her Majesty's Secret Service, 1969; dir. Peter Hunt)

Tema: John Barry

Sinopse: 007 se casou. Antes disso, a mulher que viria a ser sua esposa, tentava suicídio e ele a impediu - mas foi cercado por vários capangas. Mais adiante Bond conhece um mafioso, pai daquela moça de outrora, e ele propõe um casamento arranjado com o agente britânico. Tudo isso a fim de revelar ao espião o paradeiro de Ernst Stavro Blofeld.

Opinião: O mais subestimado de toda a franquia de filmes. Peter Hunt dirigiu belíssimas sequências de ação, o que torna o filme de 1969 bem bonito e sem aquela "cara de filme velho e brega". Porém o diretor foi mediano no casting e selecionou um ator que não estava preparado para o papel de James Bond, mas escolheu um nome grande para o antagonismo com Telly Savalas.

007 - Os Diamantes São Eternos (Diamonds are Forever, 1971; dir. Guy Hamilton)

Tema: Shirley Bassey

Sinopse: Bond se disfarça de contrabandista para investigar o tráfico de diamantes na África do Sul. Passando por Las Vegas e Amsterdã, ele tenta acabar com os planos de Blofeld, que está construindo um satélite destruidor com pedras preciosas.

Opinião: Este filme teve um ritmo moderado, teve lá seus momentos de ação, mas nada muito exagerado. E os momentos de maior calmaria, não duram tanto a ponto de nos causar sonolência no meio do filme. Blofeld mostra a que veio, e também sabemos o pontecial da organização terrorista SPECTRE. O casal de capangas do filme é uma das melhores duplas de antagonistas, de todos os mais de 20 filmes que o agente britânico já viu.


(Bônus) 007 - Nunca Mais Outra Vez (Never Say Never Again, 1983; dir. Irvin Keshner)

Elenco: Sean Connery, Max von Sydow, Kim Bassinger, Rowan Atkinson

Tema: Lani Hall

Opinião: Pulemos a sinopse. Este é um remake de 007 Contra  Chantagem Atômica. O roteiro de Kevin McClory teve seus direitos garantidos na justiça, e a produção - à parte da EON Productions - teve sua primeira e única chance de fazer valer todo o esforço, carregado por anos e anos de brigas e disputas judiciais.

Indo ao que realmente interessa, o filme é muito mais interessante do que o original. 007 Nunca Mais Outra Vez é um filme com DNA britânico, tendo em mente que, com o passar dos anos, o espião do MI6 foi ficando cada vez mais americano. As cenas de ação não estão em destaque, embora existam ao longo do filme, porém não ditam o ritmo do filme - o que é conceitualmente muito interessante e diferente. 

O tema define uma parte da modernização em que a ambientação das histórias de James Bond adotaram: não só trocaram o carteado por videogames, mas também o som sofisticado de Frank Sinatra e Shirley Bassey foi substituído pela música pop oitentista - ah, não me deixem esquecer das academias que ganharam notoriedade nesse período também e que estão presentes no filme também. Resumo Nunca Mais Outra Vez como também subestimado, porém com brilhante atuação de Sean Connery.

Nesta primeira parte tivemos um bom número de ótimos filmes, tirando dois títulos que eu achei particularmente enfadonhos. Sean Connery entrou para a eternidade ao interpretar o espião do MI6 - Lazenby deixou muito a desejar, creio que foi fritado pela produção e acabou saindo antes de Os Diamantes São Eternos.

Melhores vilões e capangas:

Mr. Wint & Mr. Kidd

Ernst S. Blofeld (Telly Savalas)

Oddjob

Red Grant

Melhores bondgirls:

Daniela Bianchi

Kim Bassinger

Claudine Auger

Locações de destaque: Grã-Bretanha, Jamaica, União Soviética, Estados Unidos, Japão, Países Baixos, África do Sul.

Então a primeira parte se encerra aqui, obrigado a quem concedeu este acesso! Adorei a visita e voltem mais vezes.

Abraços,

Kike