Mulher-Maravilha 1984: Caótico, confuso e só

Olá amigos do Estante! Como estão neste 2021? Já vamos começar as atividades do blog com 2 pés no peito: a resenha de hoje é do filme Mulher-Maravilha 1984 - que mal estreou nos cinemas e já deu o que falar, para bem e para mal.


Sinopse - Em 1984, Diana Prince entra em conflito com dois inimigos formidáveis — Maxwell Lord e a Mulher-Leopardo — enquanto reencontra misteriosamente com seu antigo interesse amoroso Steve Trevor.

Antes do 1º ato temos uma espécie de prólogo: ele mostra a jovem Diana em um tipo de Jogos Olímpicos em Temiscira. Neste momento temos uma belíssima ambientação e um desfecho de arco um tanto inesperado. Todo o aspecto estético - de figurino à cenário - e técnico, como enquadramentos e movimentos de câmera, contribuem para uma base que deveria preencher o enredo ao longo de suas 2 horas e meia de duração. Mas não, o prólogo aparentemente não tem outra serventia além de "olha como isso é bonito!" mesmo.

Patty Jenkins é uma cineasta que dirigiu Monster - Desejo Assassino, em 2003, antes de assumir o primeiro filme da heroína da DC. Já na sequência do primeiro filme, a sensação é de que Patty teve de lutar contra divergências criativas do estúdio. Resultado: um filme com proposta confusa. Senti até a trilha sonora fora do tempo, e essa deficiência influenciou nas poucas cenas de ação que o filme teve. Como um longa baseado em super-heróis de quadrinhos não entrega uma porcentagem de ação razoável? E mais: em um filme de 2 HORAS E MEIA DE DURAÇÃO.

O roteiro de Mulher-Maravilha 1984 falha miseravelmente em contar como funciona o artefato que a personagem encontra - este mesmo artefato acaba tecendo uma relação entre as 3 personagens, finalmente um pontinho positivo nesta bagunça toda, mas para por aí. Chris Pine e Kristen Wiig interpretam personagens tão caricatos, sendo Chris o cara engraçadinho perdido e Kristen a atrapalhada que não sabe usar salto. Ambos acabam criando momentos de alívio cômico bem pastelões.

Ainda que Patty tente se desvencilhar do clima mais dark de Man of Steel e Batman v Superman, é preciso ter equilíbrio ao puxar a corda totalmente para o outro lado. Você pode acabar fazendo um filme de personagens dos quadrinhos parecer um clássico de Leslie Nielsen. Prefiro Leslie, pois dispenso as gracinhas mal inseridas no roteiro aqui.

Quis um filme mais colorido, mas errou a dose do humor


Avaliação geral - Um PÉSSIMO filme. Faz Liga da Justiça e Batman v Superman parecerem BONS. Ponto positivo apenas pelo prólogo que, apesar da falta de utilidade, foi um momento muito bem trabalhado. Eu queria gostar da aparição da aeronave invisível de Diana, como no desenho Super Amigos, mas isso deixou uma grande incógnita no ar: se ela voa, para que serve a aeronave, então?