Não é apenas um uniforme de diferença... [+Sem spoilers]

Ontem teve a premiere virtual do filme. Organizada pela Warner e transmitida via streaming em várias mídias - acabei assistindo pelo YouTube. O evento contou com a brilhante apresentação de Kevin Smith, e trouxe vários clipes do filme e momentos de interação com um sortudo público seleto e presente via Zoom.


Tivemos bastidores, erros de gravação, cenas inéditas; depois um bate-papo com Zack Snyder e até quizz com convidados e o Ray Fisher. Foi um momento de muita interação e expectativa, até Kevin anunciar: vá ao banheiro, pois o filme estreia em 6 minutos e tem 4 horas de duração.

[Em 2017]

22 de maio Zack Snyder se afasta da produção; Joss Whedon é anunciado como diretor que complementará o trabalho já feito por Zack até aqui. Será? Claro que não, era só questão de tempo para vir à tona a verdadeira intenção do estúdio.

23 de julho, 2 meses depois, refilmagens foram anunciadas como problemáticas - teve a questão de gravidez de Gal Gadot; o bigode de Henry Cavill e, mais tarde, viemos a ter o conhecimento do comportamento de Joss Whedon no set de filmagens. Os custos que o filme estava dando para a Warner eram dignos de um outro longa-metragem. Tudo isso apenas para refilmar várias cenas.


As refilmagens não tiveram como intenção apenas o alívio cômico - DNA de Whedon. Mas este filme de Zack Snyder, se fosse apenas cortado/reduzido, perderia o sentido. Por isso foi fundamental o diretor ter toda a liberdade para trabalhar sua ideia, mesmo em uma obra de 4 horas de duração. Não ia adiantar o estúdio dizer a Joss Whedon apenas aparar as arestas, muita coisa ia ficar vaga e superficial - o maior defeito de Batman v Superman.

Já desde 2016 que a Warner estava insatisfeita com Zack. Sua necessidade de se afastar do trabalho foi a deixa que o estúdio precisava para operar seu filme e transformá-lo em um monstrinho de Frankenstein cinematográfico. Estúdio não tem que se meter no roteiro. Lição aprendida (espero). Não se trata de um uniforme.