Top Gun: Maverick - Cinema de verdade para quem é "jurássico" como eu

Sinceramente, este tipo de filme nunca deixará de existir. Afinal, teve uma pesquisa recente que aponta apenas 2% da população brasileira que não se identifica como hétero. O engajamento na internet deu a impressão de que nós estávamos extintos, mas isso não é verdade e Top Gun: Maverick e sua brilhante bilheteria e aprovação de crítica são a prova e contraprova disso. Jurássicos ou não, ainda existimos e vamos ao cinema.

O Enredo

Na sequência do clássico filme de 1986, o tenente Pete "Maverick " Mitchell lidera um programa subsidiado pelo governo, onde conduz aviões protótipos a fim de tentar bater a velocidade mach 10. Seu rival, o almirante Hammer (Ed Harris), tenta desbancar o programa de Maverick, a fim de obter o subsídio para o seu grupo onde desenvolve drones. Maverick é convocado para treinar um grupo de elite da Marinha, o Top Gun, que fará uma missão praticamente impossível para um caça pilotado por um ser humano.

Como no clássico de 86, conhecemos o grupo e logo destacamos alguns personagens que chamam a atenção. A tenente Phoenix (Monica Barbara) tem estilo sisudo e é bem durona, Hangman é o fortão que se acha melhor que todos ali e Rooster (Miles Teller) é o elo dramático do enredo, pois ele é o filho do tenente Nick "Goose" Bradshaw.

Tal pai...

Maverick tenta se encaixar com a juventude e no início se sente deslocado, mas logo prova de que o pessoal das antigas sempre tem o que ensinar aos mais jovens, independente do tempo que passe. Tom Cruise entrega um personagem carismático, mas amargurado pela morte do amigo, e no momento em que Rooster repete a cena do pai, cantando Great Balls of Fire no piano, logo entendemos que ali está o principal obstáculo que o herói terá de enfrentar ao longo do filme.

Indo dos jovens aos oldschool, Ed Harris está ótimo no pouco tempo de tela que tem. Ele cumpre muito bem seu papel fazendo Maverick sair da zona de conforto. A ação estava chamando. E por mais que Top Gun: Maverick seja uma sequência e que homenagens não deixariam de estarem presentes, o filme sabe ser bem original também.

Chroma Key em cheque?

Pois é. Atualmente o chroma key é utilizado até mesmo em novelas brasileiras, pois este é um recurso que torna mais barato (eu, pessoalmente, diria menos caro) uma produção audiovisual. Isso porque você evita viagens, gastos com estadia, alimentação etc.. Mas até que ponto o chroma key é válido? Pois o novo Top Gun mostra que efeitos práticos, ou mesmo pilotar aviões de verdade e coisas do tipo pode deixar um filme muito mais bonito do que o "velho" efeito especial. Tom Cruise quis o mínimo de CGI no filme e bancou muita coisa do próprio bolso para que o filme ficasse o mais realista possível.

Críticas

Cruise perdeu uma oportunidade aqui. Ele podia ter encerrado o Maverick em Top Gun e passado o bastão para Miles Teller seguir como o novo cabeça de uma possível franquia. Fato é que o filme está fazendo mais bilheteria que o novo Dr. Estranho, ou seja, mesmo os queridinhos filmes de super herói nem sempre são de encher os olhos. Um terceiro Top Gun virá? Difícil dizer, já que Tom Cruise sequer pensava em fazer um segundo filme, mas com uma bilheteria dessa eu acho que a alta cúpula considera fortemente mais um capítulo para esta incrível sequência.

Não há muitos filmes com aviões de combate, um 3º filme não seria nada mau...

Creio que gostaria de ter visto um pouco mais da equipe combatendo no ar. Poucos inimigos rondavam os ares daquela secreta instalação de urânio enriquecido, e muitos misseis terra-ar foram os principais antagonistas, ao menos numericamente falando. Os poucos caças que rondaram por ali protagonizaram duelos de tirar o fôlego e é isso que eu gostaria de ter presenciado ao menos um pouco mais. O que vi, matou a sede, mas ficou aquele gosto de que poderia ter ao menos 1 aviãozinho inimigo a mais para divertir. Mas valeu!

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REFERÊNCIAS

Pesquisa do PNS - https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2022-05/ibge-divulga-levantamento-sobre-homossexuais-e-bissexuais-no-brasil