Especial 007 (Parte 2): Roger Moore e Timothy Dalton

Muito bem, meus queridos leitores! Estamos de volta para mais um capítulo da saga 007. Vamos ao sumário:


Parte 1: Sean Connery e George Lazenby(CLIQUE AQUI E LEIA A MATÉRIA COMPLETA)

Parte 2: Roger Moore e Timothy Dalton (atual publicação)

Parte 3: Pierce Brosnan e Daniel Craig

Parte 4: A vida de Ian Fleming, criador de James Bond


James Bond - Live And Let Die (Com 007 Viva e Deixe Morrer, 1973)

Sinopse - Após a morte de 3 agentes britânicos, M contacta 007 e o envia para mais uma investigação. Bond descobre algumas atividades ilegais e deve contar não só com suas habilidades, mas também com um pouco de misticismo.


Opinião - Sólido e divertido. Este filme é um belo passatempo, pois sua trama se desenrola pouco a pouco e, dessa maneira, faz com que as 2 horas de duração passem muito rapidamente. Em outras palavras, a direção de Guy Hamilton, experiente desde Goldfinger e Os Diamantes São Eternos, não deixa a peteca cair e nos prende a atenção desde o começo - com as bizarras mortes dos agentes, principalmente a do funeral que vira uma alegre farra de rua.


O vilão não é megalomaníaco, mas alguns personagens que o cercam assumem o manto, caso do capanga Tee-Hee e sua mão biônica, o também capanga Whisper e sua voz rouca, ou então a entidade Baron Samedi, interpretado pelo dançarino Geoffrey Holder. Jane Seymour dá vida à cartomante Solitaire, e se consolida como uma das mais lindas bondgirls de toda a saga. Faltou apenas a explosão do QG inimigo, mas teve muita ação, carros capotando e até perseguição de barco.

Elenco - Roger Moore, Jane Seymour, Yaphet Kotto

Tema - Live and Let Die (Wings)

Diretor - Guy Hamilton


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The Man With the Golden Gun (007 Contra o Homem da Pistola Dourada, 1974)

Sinopse - O quartel de inteligência MI6 recebe um alerta: seus agentes vêm sendo assassinados por um desconhecido que deixa sua assinatura: usa balas feitas de ouro em suas vítimas. Bond é o próximo e precisa encontrar seu antagonista antes que ele o encontre.

Opinião - Não entendo as baixas avaliações para este filme. Confesso que não entendo, mesmo. Sei  que o roteiro desliza em alguns momentos, mas nada digno de uma má reputação. Eu diria que este é o mais inglês dos filmes de Bond, onde a elegância predomina inclusive nos momentos de tensão. A ambientação é um contraste muito interessante na obra.

Christopher Lee é um vilão tão icônico que sequer um capanga esquisito foi necessário neste longa metragem - no máximo um auxiliar bem peculiar chamado Nick Nack, interpretado pelo mesmo ator do personagem Tattoo, de A Ilha da Fantasia. A principal temática do filme sugere um duelo pessoal entre duas pessoas muito semelhantes, o contraponto fica por conta da natureza de cada um deles: James Bond, o agente secreto que trabalha em prol de seu país; Francisco Scaramanga, um hitman sem escrúpulos que segue apenas o dinheiro.

Local da instalação onde Scaramanga estava baseado

Ambos realizam o mesmo trabalho, mas suas distintas metodologias causam um choque entre os dois titãs. Ciclo com início, meio e fim bem conduzidos - talvez o meio tropece um pouco, talvez porque o estúdio possa ter sugerido à Hamilton não deixar a trama subentendida como no filme anterior. Aqui o roteiro entrega de bandeija os pontos que levam o espião inglês ao próximo passo. Digno de crítica? Sim, mas sem exageros.

Elenco - Roger Moore, Christopher Lee, Hervé Villechaize, Desmond Llewelyn e Maud Adams

Tema - Lulu

Diretor - Guy Hamilton

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The Spy Who Loved Me (007 O Espião que Me Amava, 1977)

Sinopse - Em uma união inesperada, Bond conta com a ajuda de uma espiã da KGB para deter um magnata terrorista que pretende destruir o mundo com mísseis nucleares.


Opinião - James Bond volta aos quadrantes iniciais, quando seu personagem estava começando a ser construído. O filme, quando ainda um singelo projeto, ficou no limbo por alguns anos, até que Lews Gilbert assumiu o posto de diretor. Hamilton saiu definitivamente. O roteiro devia ser original já que Ian Fleming não queria a adaptação fiel deste livro, portanto Gilbert dirigiu uma espécie de remake de You Only Live Twice (Com 007 Só Se Vive Duas Vezes, 1967), trocando satélites por submarinos e alguns elementos-chave.

Lotus Esprit, um dos mais belos carros utilizados pelo 007

Gilbert apelou para romance e antagonismo clássico neste filme. Acertou na mosca. Não é que o filme tenha ritmo lento, mas, sim, sua passada é mais elegante ao esboçar os temas de maneira sutil e cadenciada. Temos o retorno do clássico capanga, agora interpretado por Richard Kiel - dessa vez o braço direito do chefão tem dentes de aço e mata suas vítimas como um vampiro. Vilão megalomaníaco, capanga "diferentão" e romance são clássicos elementos nas histórias de James Bond, já a improvável aliança entre MI6 e KGB deu um belo tempero neste filme.


Elenco - Roger Moore, Barbara Bach, Richard Kiel e Curd Jürgens

Tema - Nobody Does it Better (Carly Simon)

Diretor - Lewis Gilbert

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Moonraker (007 Contra o Foguete da Morte, 1979)

Sinopse - Um ônibus espacial foi sequestrado, e a corporação americana Drax culpa o governo britânico por isso. James Bond assume a missão de encontrar a nave perdida, e mais uma vez forma uma inesperada aliança com outra agente secreta.

Opinião - À esta altura do campeonato, os filmes do agente secreto já ganharam características que se repetem ao longo dos anos. Uma delas é iniciar o filme com Bond já atendendo a uma missão, recebendo o chamado do quartel MI6 e conclui a tarefa logo a seguir. Curioso que em algumas passagens do filme não é sugerido implícita ou explicitamente qual seria o próximo passo do 007 - criou-se algumas lacunas que fizeram o filme derrapar na narrativa.

Chega de apenas mencionar, em Moonraker James Bond veio ao Brasil

A ambientação é fantástica! Finalmente o Brasil deixou de ser uma menção e virou palco das ações do agente britânico. Mais uma vez um vilão megalomaníaco que pretende dizimar o Planeta Terra - aqui, em contrapartida, ele pensa em uma reestruturação através da raça ideal (no livro, Hugo Drax é um ex-nazista se passando por inglês e trabalhando para os soviéticos), e não apenas viver submerso como o vilão anterior. Jaws, isto é, Dentes de Aço, figura mais uma vez no filme e tem sua redenção estabelecida, logo quando estávamos nos acostumando com ele. O filme também presta algumas homenagens à blockbusters do gênero scifi como Star Wars e Contatos Imediatos de Terceiro Grau, concentrando as cenas de ação no espaço.

Elenco - Roger Moore, Richard Kiel, Lois Chilles e Michael Lonsdale

Tema - Moonraker (Shirley Bassey)

Diretor - Lewis Gilbert

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For Your Eyes Only (007 Somente Para Seus Olhos, 1981)

Sinopse - Um submarino britânico desaparece, e nele continha um dispositivo muito perigoso que, em mãos erradas, pode trazer destruição por onde passar. Cabe a James Bond localizar e resgatar o dispositivo, ao passo que se vê cercado por chefões do narcotráfico.

Opinião - Este é o filme mais tímido do personagem, não soltou todas as amarras narrativas e focou em uma trama menos global e mais regional. Nada de vilões megalomaníacos ou capangas esquisitões, a coisa aqui começou a ficar mais pé no chão. Talvez cause estranheza, pois em títulos anteriores tivemos gigantes com dentes de aço, entidades imortais e até viagem no espaço. É o filme mais fácil de ser esquecido também.


Elenco - Roger Moore, Julian Glover e Carole Bouquet

Tema - For Your Eyes Only (Sheena Easton)

Diretor - John Glen

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Octopussy (007 Contra Octopussy, 1983)

Sinopse - Após a morte do agente 009 James Bond é encarregado de desvendar o mistério não só da morte do companheiro, mas também o que ele trouxe antes de falecer: uma jóia raríssima. De algum modo a morte de um dos agentes britânicos está relacionada a um contrabando.

Opinião - John Glen deu sua característica a mais um filme do 007. O ritmo mais lento está se tornando rotina, fazendo a elegância reinar sob o carpete de 2 horas - que parecem passar lentamente sob tutela de Glen. As coreografias começam a se modernizar, e o humor tipicamente britânico dá um charme e tanto - por muitas vezes esteve estranhamente ausente.


Agora um dos antagonistas de Bond é do sexo feminino, o que apresenta uma dinâmica interessante na relação do agente com as Bondgirls de cada filme - antes, meros obstáculos, mas agora é grande força que medirá habilidades contra o agente.

Elenco - Roger Moore, Maud Adams, Kristina Wayborn e Louis Jordan.

Tema - All Time High (Rita Coolidge)

Diretor - John Glen

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A View to a Kill (007 Marcado Para a Morte, 1985)

Sinopse -  Bond precisa descobrir o que Max Zorin, barão francês da tecnologia, planeja ao se envolver com o desenvolvimento de microprocessadores à prova de ataque nuclear.

Opinião - Chega de roteiros nebulosos, aqui a trama é direta ao assunto. Chega de viagens inexplicadas, também. Aqui John Glen deve ter levado um puxão de orelha: as pessoas estavam dormindo no meio do filme desde "007: Somente Para Seus Olhos", e Roger Moore merecia uma despedida digna de um James Bond raiz.

O vilão tem um misto de megalomaníaco clássico com toques modernizados - mas não dispensou um capanga esquisitão, no caso aqui é uma capanga esquisitona brilhantemente interpretada pela cantora Grace Jones. 

A trama parece só coisa de empresário maluco, mas o envolvimento de diferentes setores de inteligência - como CIA, KGB e mais - acaba forçando o MI6 a enviar seu espião mais talentoso. Claro que para farejar encrenca, e é o que ele faz de melhor, mesmo que custe um helicóptero a menos, carros destruídos e caos nas ruas de Paris.

Elenco - Roger Moore, Christopher Walken, Dolph Lundgren e Grace Jones

Tema - A View to a Kill (Duran Duran)

Diretor - John Glen

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The Living Daylights (007 Marcado Para a Morte, 1987)

Sinopse - 007 investiga a tentativa de assassinato de um general desertor da União Soviética, ao passo que ele tenta ligar quem está por trás do contrabando de armas e drogas no Afeganistão.

Opinião - O novo James Bond chegou dando cartas mais sérias. Chega das piadinhas com Roger Moore, pois o papo agora é guerra fria para valer. Não que não tenha sido abordado antes, mas neste título o assunto ficou em maior evidência, enquanto nos títulos anteriores era mero pano de fundo.


Boa dosagem de ação e momentos de desenvolvimento do personagem. Aqui John Glen voltou a fazer mistério na trama mas delegou ritmo satisfatório para o filme. Ponto muito positivo aqui.

Elenco - Timothy Dalton, Maryam d'Abo, Jeroen Krabbé, Andreas Wisniewski e Joe Don Baker

Tema - The Living Dayilghts (A-Ha)

Diretor - John Glen

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Licence to Kill (007 Permissão Para Matar, 1989)

Sinopse - Bond e seu amigo de CIA, Felix Leiter, estavam aproveitando uma viagem quando um poderoso chefão do narcotráfico está muito próximo aos dois agentes. Ambos realizam uma operação surpresa para capturá-lo, e depois Leiter segue para sua festa de casamento. O que não contavam é com a fuga do traficante, que foi em busca de vingança, e somente James Bond pode acertar as contas.

Opinião - Mais um surpreendente roteiro para um filme do agente secreto, pois aqui não lidamos com vilões megalomaníacos, nem capangas esquisitões - 007 estava a um passo de se tornar uma série de filmes policiais. Bond perde sua licença de agente do MI6 e age o filme todo como um pistoleiro contratado. Curioso como este ponto de vista foi adotado na trama, pois tecnicamente falando Bond não mudou sua metodologia, e isso mostrou uma faceta da personagem que enriqueceu muito sua construção. Seria James Bond realmente uma máquina de matar?

Elenco - Carey Lowell, Robert Davi, Talisa Soto e Benicio del Toro

Tema - Licence to Kill (Gladys Knight)

Diretor - John Glen