Especial Batman – Parte 3: Neal Adams e primeiras linhas da releitura

Olá, amigos do Estante! Esta é a terceira publicação de uma série que farei homenageando o personagem da DC Comics: o Batman. O “Especial Batman” foi dividido em 6 partes e penso em concluir a série lá para meados de maio (2020), mas segue abaixo a relação das publicações que farei. Conforme eu for postando, essa – e as outras partes – ganharão um novo link no sumário, para todo mundo ter a referência e saber quando as outras matérias da série saírem.

Parte 1: Criação e primeiros anos (atual publicação) - CLIQUE AQUI
Parte 2: CMAA (Comics Magazine Association of America), primeira releitura e a suavização do personagem - CLIQUE AQUI
Parte 3: Segunda releitura com Neal Adams, novos personagens e o retorno da fase sombria (atual publicação)
Parte 4: Anos 80 – A era das graphic novels - CLIQUE AQUI
Parte 5: Filmes, séries e videogames - CLIQUE AQUI
Parte 6: The Batman de Matt Reeves com Pattinson - CLIQUE AQUI

Chega de dancinhas e histórias ingênuas. As editoras começaram a se arriscar e a resposta não era com censura. Na realidade não vinha resposta alguma, tudo estava voltando a fazer parte do dia a dia. A naturalidade das histórias e a proximidade com assuntos menos infantis começava a ganhar, inicialmente, apenas algumas páginas. Mais tarde a moda seriam graphic novels. Mas não havia mais um cão farejador supervisionando os roteiros dos quadrinhos.
Neal Adams trouxe de volta o Batman detetive

Quem não leu na época – como eu – pode encontrar, hoje em dia, os clássicos através da série Lendas do Universo DC. Uma dessas edições traz o Lanterna Verde & Arqueiro Verde, quando os heróis firmaram uma parceria daquelas, onde a capa da revista demonstra um momento bastante pesado na trama – e que envolvia um dos personagens primários. Levando em consideração as proibições do código CCA, a capa trazia um personagem sendo desmascarado, pois ele escondia o vício em heroína. Este já era um forte indício de que as coisas não estavam mais sendo levadas tão à ferro e fogo como nos anos 50 e 60. O medo da ameaça comunista ainda existia com a Guerra do Vietnã (1964-1975), porém não havia mais o pânico generalizado que associava super-heróis com o temido comunismo.

Detective Comics #395
A saudosa Detective Comics, número #395, lançada em 1970, foi a primeira revista que trouxe o Batman de volta às suas raízes que o tornaram tão querido. Os quadrinhos de Neal Adams ainda deram um toque bastante gótico na obra, e deixou o visual do Homem-Morcego renovado e muito mais maduro. As cores azuis do uniforme do morcegão ainda davam as caras, a capa parecia maior e as orelhas estavam bem pontudas e altas, deixando a estatura do herói ainda maior e intimidadora. A sinopse tece sua narrativa em meio a assuntos adultos envolvendo o uso de entorpecentes, por exemplo.

NEAL ADAMS: O AUTOR da REDENÇÃO

Nascido em junho de 1941, Neal Adams frequentou a High School of Industrial Art, em Nova York. Realizou diversos trabalhos em editoras menores, tentou a chance de um ou outro freela na DC – sem sucesso, inicialmente, porém mais tarde viria a receber chances e aproveitaria cada uma delas. E não apenas aproveitaria cada chance, seja na DC ou mesmo na Marvel, mas chamou para si a responsabilidade de devolver a sobriedade de personagens outrora reescritos para serem infantis, mais leves e ingênuos também.
A High School of Industrial Art

Adams desafiou os poderosos, mas de maneira inteligente. Embora a famigerada capa do quadrinho trazia um personagem utilizando heroína, a história em si retratava como o uso de substâncias podia ser destrutivo. E os jovens captavam a mensagem, pois o uso de heroína era comum entre ex-combatentes da Guerra no Vietnã. A provocação de Adams não ficou apenas no choque visual de cenas abomináveis, mas também trouxe de volta um vilão que havia sido suavizado no começo, mas com o tempo foi sendo deixado de lado também. Incrivelmente falo do Coringa. Sim, ele foi deixado de lado, pois tiveram a decência de enxergar toda a incongruência a seu respeito – com o Batman não tinha como, ele era o protagonista e teve que encarar a barra.

A terceira parte se encerra aqui, pois este é o renascimento do Batman e seus primeiros passos tiveram histórias já muito boas, mas ainda longe do que vamos falar na próxima publicação.

Abraços,
Kike

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REFERÊNCIAS